sexta-feira, 7 de dezembro de 2007

Condução´louca na caótica São Paulo

Nem sei como ainda não falei da forma como esta gente conduz. É, sem dúvida, uma grande diferença! Além da falta de civismo e dos exageros de velocidade numa cidade em que há imenso trânsito, que, portanto, só levam a que as travajens sejam bruscas, parece-me que os condutores não precisaram de muitas aulas para poderem guiar um carro - ou então é mesmo o jeito natural que é péssimo. Se, dada a velocidade que por aqui se pratica, percebo por que há grandes nomes brasileiros no automobilismo, não consigo perceber como é que esses grandes nomes conseguiram ainda não ter acidentes de maior.
As primeiras vezes que andei de autocarro aqui foram aventuras em que quase caí umas quantas vezes. Agora já me habituei. Já sei que é preciso agarrarmo-nos muito, muito bem para não cairmos, embora, mesmo assim, os corpos balancem bastante. Ainda ontem, estava eu a vir para o "trabalho", no ônibus de sempre cujo destino final é a Estação da Luz (não, volto a dizer, não é a discoteca de Aveiro), que apanhou ali a descida da Consolação com uma "gáspia" incrível. Ora, não conseguiu travar a tempo no semáforo vermelho que já estava vermelho há que séculos e, por uma questão de milímetros, não atropelou um senhor que estava a atravessar a rua na passadeira. Sucedeu-se que o autocarro parou já até mesmo a traseira tinha passado o sinal. O peão discutia. Os passageiros ficaram assustados e alguns proferiam ums palavras menos adequadas. Ao princípio também me assustei, mas a situação cedo me deu vontade de rir, até porque o motorista prosseguiu caminho como se nada tivesse acontecido.
Já que falo disto, há que referir outras diferenças dos autocarros. Para começar, têm quatro portas, em vez de duas. Duas para entrada (conforme o lado da estrada em que o autocarro parar) e duas para saída. A meio está um guichetzinho com aquelas espécies de porta tipo roldana e um funcionário encarregado por receber o pagamento e deixar ou não que a "porta" rode. Confesso que não sei o nome daquela "porta" que, de certeza, não é uma porta. Depois de passar para a parte de trás do autocarro já não há retorno. Para sair, é nessas duas portas "de saída" traseiras. Vai sempre um monte de gente ali dentro, mas normalmente os senhores são cavalheiros e dão a vez às senhoras para se sentar.
No metro, a única diferença de maior a assinalar é que só a entrada requer um bilhete, enquanto a saída é livre. E usa essas mesmas "portas" de roldana. Parece-me bem mais seguro do que os outros meios de transporte porque há câmaras, não há assim um tão grande excesso de velocidade e falta de civismo e, vejam só, há estações que têm marcado no chão os lugares precisos em que as portas vão ficar paradas.
Já os taxistas, esses, também são loucos. Passar sinais vermelhos é normal, fazer inversões perigosas também, e apitar e gritar com quem também anda na estrada é mais normal do que cumprir alguma regra de trânsito. Mudam de faixas à fartazana, sem olhar para trás, sem fazer um pisquinha que seja e ainda refilam se alguém lhes apitar.
Depois há os motoqueiros. Os piores. Há muitas motas aqui. Têm uma agilidade grande ao passarem por entre os carros, não a uma velocidade estonteante, mas bem rápido para o que eu conseguiria. Quando um semáforo abre, há sempre umas 20 motas que vêm na frente dos outros transportes todos, a jipar.
É engraçado que comentei as minhas impressões com um brasileiro e ele, com toda a razão, disse que eu não tinha muita legitimidade para falar quando estava no segundo país europeu com maior taxa de acidentes nas estradas. E disse que já tinha ido a Portugal e que achava que lá era igual. Mas ele deve estar meio esquecido. Há quem conduza mal, sim. Mas até eu que tenho a carta há pouco tempo acho que conduzo melhor do que esta gente toda. Sério!!

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