segunda-feira, 19 de novembro de 2007

Cansada, mas ainda me faltava

De volta a São Paulo. Cansada. Cansada demais para exercitar o corpo ou a mente. Cansada demais para ter coragem de acordar todos os dias de manhã para sair de casa, esperar o autocarro, apanhar o autocarro apinhado, sem nenhum lugar suficientemente livre para me agarrar, evitar cair com os solavancos e ondulações destes motoristas que conduzem doidos, fazem travagens bruscas, não se desviam dos buracos da estrada e, muito menos, andam devagar. Cansada demais para entrar na Folha, ser sempre simpática, sorrir sempre e ver sempre pessoas novas que nunca sei se já me foram apresentadas ou não. Cansada demais para parecer calma, quando tudo o que eu queria neste momento era estar deitada na caminha, bem enroladinha nos cobertores, com um aquecedor ou uma lareira que me trouxessem mais calor. Ah, em Viseu, de pijama, deitada no sofazinho a ver TV, a comer castanhas assadas com a minha mãe, com a fogueira de Novembro a irradiar-me a alma. Cansada demais para falar com pessoas que não me são nada, que não percebem metade daquilo que eu digo, e continuar a achar piada a essas diferenças vocabulares que já me irritam.
O Rio foi muito bom! Queria ter ficado mais tempo. Ainda me faltava ir caminhar à beira-mar de Copacabana até Ipanema. Ainda me faltava ir sair para a Lapa. Ainda me faltava ir assistir a um espectáculo da escola de samba. Ainda me faltava fazer umas comprinhas por lá. Ainda me faltava um mergulhinho naquele mar, nem que fosse apenas um. Não pude fazer nada disso. Eu sei que é um tema recorrente, a temperatura, a chuva, etc. Mas tenho que voltar a manifestar-me, a demonstrar toda a revolta abrigada dentro de mim. Saí de São Paulo, estava frescote, cheguei ao Rio, chovia torrencialmente, e chovia, todos os dias, até que, no domingo, ontem, quando me vim embora, ficou bom tempo, ideal para a praia com calor. Claro que isso só da parte da tarde, quando eu estava a chegar de uma subida ao Cristo Redentor, com uma panorâmica nublada. Sim, o céu ficou muito azul quando fui apanhar o autocarro de volta para um São Paulo onde esteve sol e calor, cerca de 31 graus durante todo o fim de semana. Cheguei de noite, não vi esse sol, mas o taxista contou-me. Hoje acordei, sem forças, logo pela manhã, para vir trabalhar. E, adivinhem? Chovia torrencialmente!

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