terça-feira, 23 de outubro de 2007

Helga em folha

Tantas coisas para dizer e tão pouco tempo para escrever. Pelo menos, já não pago a net. Já posso, um destes dias, corrigir as gralhas todas dos textos anteriores. Sim, que a minha mãe disse: "A tua irmã já me mostrou o teu blog", - "Ai foi?" -, "Istá xeio de errux hortográficux". Claro, o melhor comentário que uma mãezinha pode fazer ao blog da filhinha...
Mães à parte, aproveito para vos dizer que estou na Folha de São Paulo. O programa que eles utilizam para escrever é bastante retrógrado. Por isso, tive uma aula individual de 3 horas com um dos professores do treinamento para perceber o programa chamado SDE. Um programa argentino (já ouviram falar de algum programa argentino???). Claro que não é de confiar. É preciso decorar códigos, passos a seguir. Só por isso, já posso dizer que sinto a falta do JN, com um programa que eu criticava tanto, mas que agora vejo que era fantástico.
E o que é o treinamento? O treinamento é um programa que ensina estudantes, jornalistas, médicos, professores, políticos, varredores de escadas, engenheiros, whatever, a exercer o jornalismo. De manhã à noite, dez alunos têm aulas, exercícios e a redacção do próprio jornal, assim como colaborações com diferentes editorias (secções) da Folha. Depois de meses de aprendizagem (acho que são 3 meses), têm a oportunidade de ficar como jornalistas da Folha. "Quem não fica é porque tem alguma coisa melhor para fazer", contava ali uma rapariga do treinamento, que confesso não me lembrar do nome. Bom, mas para essas 10 vagas, há milhares de candidatos!...
Estou a escrever a minha primeira notícia da Folha. Eles aqui são muito mais organizados e têm uma maneira de trabalhar muito diferente da portuguesa. Há reuniões pelo menos três vezes por dia. Às 9horas (não sei que reunião é), às 14horas (secções) e às 17horas (editores). Eu tenho que ir sempre à das duas horas, que é quando a secção Mundo reúne. São agora 18.20 horas. As páginas ainda não estão feitas, não sei quanto espaço a minha notícia vai ocupar, mas toda a gente trabalha como se as páginas já estivessem feitas. Quem trabalhou comigo, sabe que detesto escrever quando não há um espaço definido para o que eu vou fazer. Por isso aqui estou, a escrever no blog, tentando evitar que alguém repare (mas parece-me que toda a gente já notou). E vou ter que me habituar a fazer texto e apagar depois, ou ter que acrescentar, cortar daqui, colar dali...
A redacção é enorme. A Folha ocupa quatro edifícios, embora eu ainda só tenha passado por dois. E perco-me com frequência! Tenho que pedir informações sobre para onde ir, como quando procuro um monumento em específico nas ruas de São Paulo.
Ontem pediram-me para escrever dois parágrafos com a minha apresentação. Primeiro, pensei escrever qualquer coisa do género "Helga loirinha, bem gostosa (etc, não me vou alongar)". Depois achei melhor não me armar em parva logo a abrir. Choveram e-mails com pessoas que querem ajudar-me a conhecer a cidade, ou que estão em situações minimamente parecidas, ou de pessoas que conhecem Viseu, ou que são descendentes de portugueses. À partida, parecia-me que ia ser uma sala de engate e estava com um certo receio. Mas não. Foi tudo malta extremamente prestável, como qualquer bom brasileiro.

Um comentário:

Anônimo disse...

TÁS NA FOLHA!!!
Vai ser excelente de certeza!
(acabou a saga dos tios malucos? ohhh!)