quarta-feira, 31 de outubro de 2007

Ambientes paulistas

Confesso que ainda não me informei sobre as leis daqui. Mas fiquei espantada hoje! Fui ao quiosque comprar "chiclas" e um senhor na minha frente na fila olhava de forma suspeita para qualquer coisa. O senhor do quiosque correu subitamente a esconder uns maços de tabaco que estavam em cima do balcão. "Ai, sabe, acabaram de chegar!". Como eu não percebi o que se passava e ele topou a minha cara de "não tou entendeendo!", explicou-me que no Brasil, as marcas de tabaco mais fortes não podem estar expostas; têm que estar escondidas de baixo do balcão e não pode haver publicidades. Realmente eu nunca vi charutos à venda, mas já tinha visto cigarros, nunca pensei que não pudesse estar exposto. "São só os mais fortes", replicou o senhor do quiosque. Depois mostrou-me que mesmo o tabaco mais fraco não está exposto directamente. Chamou-me atrás do balcão e lá me mostrou que o que se vê são apenas papéis, e não as caixas reais. (Aqui, eu não percebi por que é que isso acontece). O senhor do quiosque rematou com uma informação bruxa: "Sabe o que é que vai acontecer daqui a um tempo? Vai desaparecer tudinho, nem isso se vai poder afixar... Vai tudo ser vendido tipo tráfico, sabe?". Bom, mas eu só queria as minhas pastilhas e estava com pressa, até... Então não lhe respondi e pedi as chiclettes.
Uma coisa que eu já tinha constatado foi que é raro ver alguém a fumar em cafés ou qualquer sítio público, a não ser em esplanadas. Acho que é proibido fumar em sítios públicos. Mas isso poderia levar a que nas ruas houvesse muita gente "fumante", como eles chamam aqui. Não! Acho incrível e admiro: Poucas pessoas fumam, não tem nada a ver com a Europa!
Poder-se-ia daqui depreender que eles aqui são uns protectores do ambiente, amantes da natureza. Mas se pensaram isso, desenganem-se! Acho que o comentário de uma rapariga que partilhava o quarto comigo, na outra residência onde eu estava, basta para exemplificar. Ela estava a tomar um duche extremamente demorado e a Mariah, americana, disse qualquer coisa naquela pronúncia de adolescentes americanos armados em bons, que parece que têm dificuldade em pronunciar as consoantes, e falam daquela forma irritantemente enrolada e anasalada, extremamente rápido, que quando parece que meramente disseram um "hey", afinal o que disseram foi "i went to the beach and i had so much fun there" ou qualquer coisa do género, que passa como um flash e, se não estivermos preparados, não vamos entender nada e temos que perguntar o que disseram e, mesmo assim, quando repetirem, vamos ter dificuldade em entender porque eles também não facilitam nada... Bom, a Mariah disse qualquer coisa como "so much time for a shower?" Mas a brasuca respondeu-lhe desta linda seguinte forma: "Brazil has a lot of water, so I can spend all the water I want. Here we won't have problems because of water, for sure... pfff so much water!!". Sim, eles também são muitíssimo altruístas. E espertos que são... Espertos!

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